segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Alice a trolar pessoas aka eu, desde Setembro 2014



A Baby Alice não diz mamã, diz olá, pápa, papá e pupu (piu-piu) mas mamã está de chuva. Baby Alice quando lhe perguntam onde está a mamã assobia para o lado (se soubesse assobiar) mas sabe muito bem indicar onde está o Papazinho. Baby Alice aponta com o seu dedinho indicador pequenino para a irmã M. quando se lhe pergunta onde está a mana. Para a pequena pulga da casa eu sou "apenas" a gaja que lhe dá de comer e lhe dá banho e vá, lhe troca as fraldas e a salva quando chora a meio da noite. Pequena Alice quando sai da creche só quer o colinho da gaja, pequena piolha raramente gosta de deixar o colinho da gaja quando está em modo dengosa, nem aceita o do seu papá adorado, berra como uma possuída se lhe tiram o conforto dos braços da gaja. Baby Alice esta manhã estava dentro do parque enquanto eu andava atarefada em vestimentas e preparação de mochila para a creche, farta de estar ali dentro começou a dar à voz. Aproximei me e disse-lhe "só te tiro daí se disseres mamã, minha malandra". Claro que não surtiu efeito nenhum, continuou de bracinhos no ar a tagarelar na língua dela, pelo que finjo virar as costas e volto a repetir "só se me chamares mamã". Baby Alice não se apoquentou e começou a gritar ainda mais alto PAPÁÁÁÁ!!!!! 




sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sou uma péssima Mãe, confesso.

No quarto da Alice temos um cantinho nosso que adoramos especialmente no fim do dia. Uma cadeira com o pavoroso doce nome de POÄNG (obrigada ikea) onde contamos as borboletas dos cortinados, cantamos músicas para nanar e onde cai geralmente chuvas de beijos e coceguinhas. É, é ali que gosto de lhe dar o biberão e vê-la cair suavemente em sonhos cor de rosa. Onde sinto que o meu colo é o perfeito encaixe para aquele pequeno corpo cheio de refegos e com cheiro a algodão doce. 

Às vezes já está profundamente adormecida e eu continuo com ela no meu colo. Só para a namorar mais um bocadinho, decorar-lhe os traços, cada caracol cor de mel e sorver cada mímica que faz a dormir. Tão amorosa, tão serena, e céus tão mas tão bonita. Sim sou uma péssima Mãe, tiro-lhe o conforto da cama só por puro egoísmo. Porque sei por demais o quão o tempo passa rápido, o quão me arrependi de não ter aproveitado ao máximo (mas tentei muito) da mana mais velha. 

Sim, faço parte assumidamente daquelas Mães horrorosas que adormecem os filhos ao colo. Daquelas que as pessoas apontam o dedo dizendo que encho a menina de manhas. Sou uma péssima Mãe porque em vez de educar a Bebé a adormecer sozinha na sua cama como uma crescida, sou uma egoísta e quero-a no meu colo só para mim. Porque sei que é o meu último bebé e que todas as pequenas conquistas vão deixar de ser novidade mas que são o meu orgulho quotidiano. Sim assumo, não sou a melhor Mãe e espero que um dia a Alice me perdoe este amor avassalador, que tantas vezes me levas ás lágrimas só de a ver dormir assim, com a maravilhosa despreocupação que a infância lhe oferece.


sábado, 15 de agosto de 2015

A melhor surpresa de 2014 # 4



Como disse mais abaixo, esta gravidez não foi fácil e o que posso dizer é que ao longo das 39 semanas a Alice brindou-nos com surpresas atrás de surpresas. 

A descoberta da gravidez foi a primeira claro. A Alice foi um bebé muito desejado mas não planeado, é uma realidade. 

Aos 3 meses de gestação, o meu ginecologista diz-me que tem a certeza que é 80% rapaz 20% menina. "Pode ir preparando o azul e as bolas de futebol, Mãe Su". Assim seja Sr. Doutor! Falei com o Pai L. e avisei que muito provavelmente seria um pilinhas e, que era melhor começarmos a pensar em nomes para rapaz. Guardei essa preciosa informação só entre mim e o Pai L., pois filhota M. todas as noites juntava as suas mãozinhas e pedia a Deus por uma mana para ela poder cuidar e mimar (filhota M. já tem dois manos mais novos do lado do papá dela). Devagarinho comecei a plantar a semente no coração da M. de que poderia acontecer um mano e que talvez fosse bom ajudar-nos a escolher um nome. Muito rapidamente saiu um Gabriel, pois sempre foi um nome que eu adorei. Pai L. concordou e filhota também. Psicologicamente eu já estava pronta para um menino, já me imaginava com ele nos braços, o rosto dele, o quartinho em tons de azul e os carrinhos espalhados por toda a casa. POIS. Isso foi até às 20 semanas. Gigi decide dar um olho no baby fazendo uma ecografía. Gigi que desde os 3 meses me dizia que estava "a 80% seguro que era um menino" me diz : "Aaaaah tenho a certeza que é uma menina". Não sei se conseguem imaginar a minha cara de pescada cozida a olhar para o médico. Saio do consultório meio abananada com a notícia e ligo para o Pai L. "Houston we have a problem". Precisamos de um nome para menina! Saiu um Adriana, Carolina, Lia, Sofia mas nada que me enchesse as medidas, até ao dia em que entrei numa livraria e os meus olhos bateram num livro com uma capa muito bonita. Seria uma Alice.
Na semana a seguir fiz a ecografia morfológica e claro, confirmou-se o menos esperado, uma menina! Nunca hei-de esquecer as lágrimas de alegria da minha M. e a felicidade do Pai L. que começou seriamente a pensar na vidinha, nas lojas de caçadeiras e afins.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A melhor surpresa de 2014 # 3



Mal cheguei a Portugal começou uma espécie de corrida contra o relógio Alice. Montar o quarto todo da bebé, comprar carrinho, banheira, ovo, biberões e etcs. Praticamente todos os dias íamos ao shopping para comprar coisas para a Alice. Foi desgastante mas foi tão bom poder fazer isso a dois. Tudo o que era roupinhas eu já tinha comprado aos poucos em Genebra logo ficámos descansados nesse aspecto. Era só escolher as coisinhas e depois ajeitar tudo no quartinho da nossa pequenina.

Também tínhamos outros assuntos a resolver com a mais velha, pois apesar de ter feito uma pré-inscrição na escola em Janeiro de 2014, o nosso ensino estava virado do avesso com o problema da colocação dos professores. Após a correria de ir traduzir papeladas, ir á embaixada Suíça (que afinal não existe) nada tinha ficado resolvido. Os papeis teriam de seguir para o Ministério da educação para aprovação e só depois validavam a inscrição da filhota M. na escola. Claro, nada correu assim de forma tão linear, a validação nunca chegou por causa do problema dos professores e a filha M. acabou por ficar em casa até NOVEMBRO! Só após um valente murro na mesa é que a escola se dignou a aceitar a M. numa turma. Uma dor de cabeça que poderia ter sido escusada se o nosso país fosse organizado. Mas enfim a meados de Agosto 2014 estava eu muito longe de imaginar que a situação iria ter esse desfecho.

Foi preciso também organizar as consultas na maternidade, porque apesar de ter um seguro de saúde privado na Suíça (e válido em Portugal) eu queria ter a bebé no público. Tinha pesquisado imenso as ordens aqui do Porto e hospitais, e acabei por me ficar pelo Centro Hospitalar Materno Infantil do Norte (Júlio Dinis). Sabia que se tivesse um problema no privado seria recambiada para ali, pensei "não vou ter quarto privado nem menu á escolha? Whatever! O que são 3 dias numa vida?". O que é certo é que não tive de facto menu á escolha (FOI A PIOR COMIDA DA MINHA VIDA) mas o quarto esse foi como se fosse privado, estive sozinha durante os 2 dias e correu tudo muito bem nesse aspecto. 




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A melhor supresa de 2014 #2



Como imaginam, preparar um regresso a Portugal após 24 anos num país totalmente diferente, não foi pêra doce. Primeiro porque em 24 anos temos tempo de amontoar uma porção de móveis, roupas e tralhas que só nos faz pensar que afinal até somos ricos. Foi preciso fazer uma grande selecção para ver o que valia realmente a pena mandar para Portugal e o resto despachar a quem precisasse na Heidiland. Depois porque a minha gravidez apesar de ter sido vivida em plenitude, não foi uma gravidez fácil. Aos 5 meses de gestação tive de parar de trabalhar e entrar em repouso absoluto, o meu colo abria ao mínimo esforço e o risco de nascimento prematuro aumentava exponencialmente. Também não estava a ser fácil psicologicamente pois Pai L. fazia muita falta no meu dia a dia. Mamãs desta blogosfera, lembram-se como ficávamos sensíveis e mimalhas? Pois. 

Pai L. devido à sua profissão não se podia ausentar de Portugal durante muito tempo, logo, só me visitava quando tínhamos consultas importantes. O resto do tempo posso dizer que quem nos valeu foi o Skype e os Hangouts no Gmail. Situação como imaginam foi deveras frustrante para ambos, uma vez que eu só podia deixar o território Suíço ás 32 semanas de gravidez. Mas tudo se ajeita nesta vida, basta força de vontade e sobretudo uma grande dose de confiança no amor que sentimos pela nossa cara metade. Basta-nos saber que apesar da distância e de todas a dificuldades que isso comporta, está sempre ali aquela mão que mais queremos segurar, o melhor abraço do mundo e aquele "Vai correr tudo bem. Estamos juntos." convicto sussurrado ao ouvido.

E correu, correu tudo bem. Dia 29 de Julho de 2014, após uma organização digna de uma agenda de ministro, a filha M., Eu e a minha barriga de 8 meses de Alice, chegámos ao Porto para ficar. 
Ainda tinha mil coisas para tratar antes do nascimento da bebé, mas o principal já estava. Estávamos em Portugal.




Baby A a fazer das suas logo ao amanhecer



Adoro estar cheia de pressa e na hora de sair de casa, pegar na Alice e constar que tem cocó das costas até à alma. Wonderful! 




terça-feira, 11 de agosto de 2015

A melhor surpresa de 2014

Em 2014 ainda morava em Genebra quando descobri que estava grávida da Baby A. Eu e o papá L. namorando na época há um par de anos à distância já tínhamos em projecto o meu regresso a Portugal. Até porque já tinha sido pedida em casamento em Setembro 2013, como é claro o anúncio desta gravidez só acelerou um pouco (muito) mais processo. 
Na época escrevi o texto aqui em baixo quando soube e ainda hoje sinto aquele arrepio na barriga quando me deparei com aqueles 2 tracinhos num rectângulo branco. Foi o inicio de uma grande aventura para toda a família.

20 Janeiro 2014
Dizem que o dia 20 de Janeiro é o dia mais triste do ano. Para mim é um dos dias mais felizes da minha vida.


Diz que tens o tamanho de uma semente de sésamo. O grãozinho mais precioso que eu vou amar com todo o meu coração e fazer de tudo para que tudo corra bem. Sê bem-vindo ao meu ventre sementinha. Amamos-te e estamos muito felizes com a tua entrada na nossa vida. 



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

"Onde mora o Sol" Take 1



Uma família de 4 onde coabitam alegremente um músico, uma adolescente em crise, uma bebé amoravelmente traquina e uma Mãe recém retornada. E claro, por aqui temos dias. 

Dias de gargalhadas e de muita alegria mas também de amuos e de discussões animadas. São dias de amor e humor, de risos e algumas lágrimas também. Aqui nem todas as segundas-feiras são más nem estamos in love todas as sextas. Boicotamos a música pimba e gostamos de Jazz. Somos assumidamente mais ikea que móveis de Paços de Ferreira. Mais petiscos que grandes jantaradas. Mais cerveja do que vinho. Mais Gin que Martini. Mais Pingo-Doce que Continente. Mais Pull&Bear que Massimo Dutti. 

Uma família diferente à nossa maneira. Olhem, uns felizes patetas, é o que nós somos.




(Ah falta o cão! é velho e resmungão, nada a fazer)