sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

TSURU com muito amor


Quando a Ju nos disse que tinha uma surpresa, nunca imaginei que dali iria sair um projeto tão bonito e tão amoroso. Minto. Pensei que iria sair coisa muito boa porque a Ju é tudo de bom,  mas não uma marca de roupa infantil. 
A verdade é que os modelos são lindíssimos, são todos tirados da imaginação de uma mamã que pensa em nós e nos preços muito acessíveis. Os tecidos são nacionais, tornando este projeto ainda mais atrativo. Sim, confesso sou daquelas que gosta de comprar português. Sou daquelas que inspeciona atentamente o rótulo para ver se está lá o P de Portugal, gosto de comprar o que é nosso quando o porta moedas me deixa, pronto. A Tsuru junta tudo isso, marca 100% nacional e muito estilo nos nossos bebecas. Ora vejam só estes modelos se não são de se apaixonar? 

Coleção Doce Algodão
Calção Simão


Resumindo o que é a Tsuru? A Tsuru é a história de um sonho que se está realizar com muito muito amor. Bora contribuir?


A Tsuru tem página facebook, ide lá dar uma espreita não se vão arrepender :)




quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Little Alice up date 16 meses (ide buscar um cafézinho que o texto é looooongo)




Estes pequenos cogumelos mágicos crescem à velocidade da luz. Quando paramos para pensar 2 minutos e olhamos para eles com olhos de ver, já estão a entrar na escola ou estão na adolescência. É o que sinto quando olho para a minha mais filhota mais velha. Penso, "raios, ainda ontem era uma pituca que me desarrumava os armários da cozinha toooodos e agora anda aqui, com madeixas roxas e a falar da faculdade. Onde está o meu bebé?". A mesma coisa acontece com a Alice, mas desta vez tenho mais consciência desse malvado tempo que passa e tento não perder nem uma migalha de todas as suas conquistas. Escrevo tudo, datas, lugares, quem estava, como aconteceu.

Esta bebé é uma espertalhona irrequieta. Muito diferente da minha M. que sempre foi uma paz de alma (salvo nos terríveis 3 que quase fiquei careca de tantas birras). A Alice é teatral, quando quer qualquer coisa e recebe um "Não!", atira a cabeça para trás qual atriz de novelas brasileiras e entra num pranto "Oooh mamããã! Papáá! Bebé quéééé!" Portanto chama por mim, pelo pai e explica que quer. E no caso de não termos percebido, repete a dose de pranto enquanto ninguém fizer nada, ou seja, enquanto não acedermos ao seu pedido, temos ranho e lágrimas de crocodilo. Dá-me sempre imensa vontade de rir porque é uma malandra. 9/10 não consigo esconder o riso, porque é mesmo impossível fazer cara de mazona com ela. Já o Pai raramente se desmonta, fica firme. Quando lhe damos outra coisa para esquecer a que lhe foi negada, não se conforma, aponta com o seu dedinho minúsculo o objecto do desejo e diz "Nããã, ééte! Mamã ééééte (este)!" - Não me levem por burra, é este o que eu quero, o que me estão a dar não tem a mínima graça! Abençoada sejas minha filha por já saberes muito bem o que queres. É bom esta afirmação de si, é, mas a nós tiram-nos anos de vida sobretudo em sitios públicos. Tem 16 meses. Dezasseis meses. Quem ensina estes fedelhos a exprimir seja o que for? Pois.
Florzinha neste momento está com 10kg, nem mais nem menos. É uma rodas baixas como a mamã e o papá 74.5cm e só apetece dar dentadas naquele corpinho rechonchudo com cheiro a algodão doce. Já diz algumas coisas ou pelo menos já compreendemos algumas coisas :  
(Marina/Mana) que chama desalmadamente batendo-lhe à porta do quarto ou quando nos ouve chamá-la.
Aféééé (Café) tem pancada por Café, quer molhar a colher e provar a espuma. Faz-nos os cafés de manhã. Liga a máquina com o seu indicadorzinho. Tira a chávena da prateleira. Mete debaixo do bico da máquina. Mete a cápsula e carrega no botão, sem antes mostrar a imagem do café grande ou pequeno. Eu só ajudo mesmo transportando-a no meu colo de um lado para o outro e fecho o manipulo, claro. É maravilhoso ver o seu empenho em querer nos agradar.
Soltou o tão esperado "Mamã" por tudo e por nada, ao fim do dia 13 de Novembro 2015 enquanto fazia uma birra gigante para adormecer. Foi a minha prenda de aniversário com uma semana de antecedência. Nunca fiquei tão feliz com uma birra da minha filha.
Nãã qué! Qué! (Não quero! Quero!) acho que o Não é a sua palavra preferida. Alice queres água? Nãã! Alice tens chichi? Nãã! Tens cocó? Nãã! Queres pápa? Nãã!
A piolha já avisa quando quer fazer cocó. Apenas diz "Cocó" e toca de fazer força onde quer que esteja. Estás a fazer cocó, Alice? A resposta, aposto que já adivinharam. Também diz xixi à sua maneira, Sissi! É fofinho, é sobrenome de uma tia minha. Já vai ao pote na creche mas aqui em casa ainda não conseguimos conciliar muito bem o momento alarme com o momento sentada no pote. Havemos de lá chegar.
Ácha (bolacha), Pópó, Auau (cão, mas pode ser para um gato também), Bêêêê (ovelha), Pato, Pãã (pão), eitinho (leitinho), Mai! (mais), Tio, Bóbó/Bobô (vóvó, vôvô), Açã (maçã, mas também chama maçã qualquer fruta que vê), Pá! (pára!).

Este pequeno furacão deu os seus primeiros passos no dia 9 de Dezembro e só começou a andar mesmo no dia 8 de Janeiro 2016. Agora é ver este pinguinzinho andar de um lado para o outro às vezes com uma tal rapidez que até nos esquecemos de respirar de medo que se esbardalhe. Quando estamos em casa é uma delicia, já na rua é um pesadelo, a nossa calçada não é propriamente o que há de melhor para um pezinho tamanho 18. Já não gosta tanto do nosso colo, nem tampouco do carrinho, faz sempre birras quando tem de se sentar lá, deixa-nos sempre a transpirar e a bufar. Ela quer é AN-DAR! Ama ouvir o Pai a cantar, quer ver os vídeos do Pai, over and over and over. Amo a voz do meu marido e as músicas dele, mas há dias que me sai pelos buracos do nariz. (Thank you Baby Alice.)

Continua Miss Esquisitóide para comer sólidos. Nada passa, cospe tudo. Mas como adora sopa, aproveito para meter lá dentro tudo o que ela não come em sólidos. Carne, peixe, frango, peru tudo! A única coisa que adora comer é massas e arroz (branco, sem ervilhas, cenouras ou qualquer outro adorno). De resto iogurtes, puré de frutas e pápas marcha que é uma maravilha. Já come sozinha com a colher, em todas as refeições sou obrigada a dar-lhe uma tacinha só para ela. Claro, eu vou lhe dando da grande mas ela já se safa super bem.

Gosta de apagar e aceder luzes. De carregar no botão para chamar o elevador. Ama o banho e adora beber água pelo chuveiro (senti-lo na pinha é que já não acha tanta graça) brinca imenso com os bonequinhos de repuxo. Tem uma adoração sem fim pelo Panda, Xana toc toc e Avó Cantigas. Gosta de música infantil espanhola (não me perguntem porquê, nem como!). Tem uma destreza desconcertante com tlmvs e ipad, sabe pôr no youtube, escolher o vídeo que quer ver e carregar no play. Quando fica farta sabe puxar o vídeo para baixo e escolher outro (ME-DO). Tentamos não lhe dar o telemóvel como uma solução para a acalmar ou para a entreter mas a realidade é nem sempre é fácil. Também não tem contacto com tvs e tlmvs 1h antes de dormir. Queremos que esteja descansada, que brinque com os seus brinquedos antes de ir para a cama, longe de aparelhos electrónicos. Adormece regra geral entre as 20:15 e as 21:15, depende muito da nossa organização ou do estado de cansaço da pituca. Dorme relativamente bem, acorda 2-3 vezes, uma chupeta para repor, um miminho ou um leitinho entre as 2:00-4:00 e às 7:45-8:00 está fresca que nem uma alface.

É uma bebé fácil de se criar apesar de gostar das suas ricas rotinas, é furacão, é sim senhor, não pára quieta, não é nenhum nenuco, mas também é doce como o mel que tras nos seus caracóis. E lá vamos nós em 16 meses. Como o tempo passa...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Eu é mais bolos.



Desde que me lembro de mim numa cozinha que gostei de fazer bolos. Sim, desde os meus 12-13 anos que tive grande simpatia em fazer doçarias. Mas bolos, ai bolos, bolos sempre foi a minha preferência. 
Fazia bolos para o meu pai (carteiro de profissão) levar para ele e para os colegas dos correios. Naqueles dias de graus negativos e muita neve na nossa Heidiland, dava me a sensação que fazer lhe um bolo era como dar-lhe um conforto extra. Um miminho a meio da manhã gelada. Um bocadinho do calor da nossa casa num rectangulo doce, misturado com o seu café, transportado naqueles termos antigos do campismo. 
Fazia bolos para a minha mãe, especialmente os de canela e maçã, por saber que era o que ela mais gostava (o meu preferido também). Adoçar-lhe o final da noite, partilhar com ela uma chávena de chá em frente a um bom filme ou simplesmente na mesa da cozinha à volta de uma conversa das nossas. Um miminho antes de ir dormir pois o dia a seguir prometia, como sempre. 
Fazia bolos para o meu irmão. Não, o meu irmão não. O meu irmão só comia os meus bolos quando fazia anos. Porque era o bolo de aniversário DELE. No choice portanto. Mas sei que gostava deles apesar de tudo. Comia de bom grado e sem torcer o nariz. Enfim. 
Hoje em dia continuo a fazê-los mas para o meu marido e para as minhas filhas. Não que fiquem como os do Cake Boss (que até nem acho grande piada a isso, confesso) nem nada de parecido, os meus coitadinhos são os típicos caseirinhos mas é sobretudo porque sempre gostei do conforto que se sente numa casa com cheiro a bolo acabado de sair do forno. Nada me dá mais prazer num domingo chuvoso ou num daqueles dias maus que de me enfiar na cozinha, pegar na farinha e nos ovos e inventar um bolo qualquer. Não é por guloseima, porque às vezes como apenas uma fatia e o resto acabo por ver só o miserável cadáver de umas pobres migalhinhas. Mas é como se fosse uma espécie de terapia. Não penso em nada. Estou apenas ali. Concentrada em pôr muito amor naquela massa doce. Para depois vê-la crescer e ganhar aquela cor dourada maravilhosa.  Por isso, com a semana do demo que tive, nada fez mais sentido que disparar um Laranja & Chocolate no sábado à noite enquanto via um documentário do David na Sic com a minha filhota grande (a bebé estava a dormir e o maridão estava a trabalhar). E foi combinação certeira.. Ganhei a força de um leão. O que um bolo não faz... :) 




quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

David Robert Jones / David Bowie




Nos últimos dias anda tudo em alvoroço. Redes sociais. Jornais. Telejornais. Blogues. Instagram. E aqui dentro. Dentro do meu coração. Tem sido complicado. Uns poderão achar isto ridículo. Outros aceitam. Outros ainda esboçam um sorriso cínico. e depois há os outros, os como eu, que andam a sentir na pele.

Dia 11 de Janeiro 2016, 7:15, levanto-me, ainda dorme a casa toda. A minha mãe esteve cá a passar o fim-de-semana e daqui a pouco tem de ir para o aeroporto. Vou a cozinha e vejo-a já pronta a sair, a beber o seu cafezito. Bolas, estamos atrasados. Acordo o marido que ainda um pouco estremunhado se prepara num ápice e chega à cozinha a dançar e a rir, literalmente, para mostrar que já está bem acordado e pronto para mais um dia. O meu marido é assim, um homem bem disposto, sempre pronto, nunca refila. Adoro isso. É maravilhoso. Não posso ir com eles, a Alice ainda dorme e eles já vão apanhar a hora de ponta na Antas. Mal acabo a minha frase ouço o habitual "Mamãããã, a pê!" (entenda-se "Mamã, a chupeta!" a Alice mal acorda atira a chupeta para fora da cama e chama-me. É um truque dela para eu me levantar mais rápido. E funciona.). Vou buscá-la à caminha e vou até à porta. Despeço-me à pressa da minha Mãe. Abraço-a forte e suspiro, mais uma ida. Um dia não terá mais de ir e irá ficar aqui, em Portugal, pertinho de nós. Custam-me cada vez mais estas despedidas. Deve de ser da idade, provavelmente. 

Fecho a porta, ainda com a Alice ao colo, aqueço-lhe o leitinho. Dou-lhe um beijo e aconchego-a no meu regaço para a alimentar. Olho-a apaixonadamente, acaricio-lhe os caracóis de mel. Beijo-lhe a testa. Cheiro-a. Namoro-a. É um ritual só nosso todas as manhãs. Após isso, o furacão desperta e começa pedir uma catrefada de coisas : Panda, Xana toc toc, Pocoyo, Avô Cantigas, músicas do papá L. e de dedinho em riste aponta para mil e uma coisas. Ainda não bebi o meu café, vou num instante à cozinha. Não me sinto acordada enquanto não tenho a minha dose de cafeína. Pego na pulga ao colo e vou buscar o meu telemóvel para me pôr a par das notícias do dia, já que a televisão está ocupada por personagens com vozes patetas e cheio de cores. Notificação no LINE, mensagem do meu irmão, seguido de uma centena de outras notificações WhatsApp (mamãs tagarelas mais lindas). Primeiro o meu irmão, depois facebooks e afins. Abri. Li. O meu coração congelou. Achei que ele estava a brincar. "Mana. O nosso Bowie morreu." Não podia acreditar no que estava a ler. Corri para as redes sociais à procura de uma não resposta. A procura de algo que desejava não ler. O meu feed notícias estava entupido de posts da BLITZ e de amigos a contestar, outros já visivelmente conformados, RIP e mais RIPS (odeio RIPs.). Fui à página oficial, ali não podia ter erro. Ali se houvesse alguma coisa, seria verdade. E estava lá a verdade crua, gélida e inaceitável, a que ninguém quer ler. Morreu. MORREU. NÃO PODE TER MORRIDO. Cancro? Onde? Quando? Não nos disse nada! Vou ao Twitter do filho dele. Está lá a confirmação. Durante uns minutos imagino um plano engenhoso do nosso Ziggy Stardust, em que daqui a umas horas diria que tudo não passou de uma farsa, que foi um plano puramente promocional. Sim, poderia fazer sentido. O disco novo saiu há 2 dias. Porra 2 dias. Não pode morrer assim. 2 dias depois de completar 69 anos e ter posto cá fora uma melancólica mas tão maravilhosa obra. Vem me à mente em relâmpago o videoclipe Lazarus, penso, será? Não. Ninguém morre dessa maneira. Não assim. Só pode ser truque. Mas ele não era de truques. Nunca foi. Será verdade então? Despacho-me, visto-me à pressa, preparo a minha pequenina e levo-a para um lugar bonito, onde estão os seus amiguinhos e as suas adoradas educadoras que lhe darão mais atenção, a que eu não lhe estava a puder dar naquele momento. Após regressar a casa, deixo de lado o trabalho que tenho de fazer. Pode esperar. "Não consigo trabalhar sem tirar isto a limpo"- penso para mim. Pesquiso. Acendo a tv. Falam todos do mesmo. Então é mesmo verdade? Morreu? O meu David. O meu ídolo. O meu amigo. A minha companhia. A voz que me cantava ao ouvido quando ia para o trabalho. A voz que me deu tantas vezes força para atacar dias difíceis. Como é que eu vou fazer agora? Como é possível saber que nunca mais vou ouvir um disco novo? Como posso imaginar que nunca mais haverá outra personagem  nova. Que nunca vi um concerto dele ao vivo e a cores. Dói-me o coração. Dói-me o corpo e falta-me o chão. As lágrimas caem e não consigo segurar. Soluço. Estou a soluçar por uma pessoa que nunca soube quem eu era. Estou a chorar por alguém que me incluía num grupo, nos fãs. Nunca gostei de pertencer a grupos, salvo seja do Sporting ou do meu grupo de mamãs instagram. Pensei que estava a ser parva. Que não podia chorar. Mas as lágrimas continuaram a cair. O meu corpo mostrou-me que ser parva é querer travar o que o meu coração sentia. Perdi um amigo. Um amigo das horas escuras, dos momentos felizes, das sextas-feiras à noite a sós, eu, ele e um copo de bom vinho tinto. Dos domingos de manhã em pijama enquanto tratava das lides da casa. Que me fez sorrir milhões de vezes pela sua genialidade, pela forma como era incrivelmente especial. Especial na forma de estar na vida. Especial na forma de reinventar a música. Especial por conseguir surpreender a cada álbum e continuar a conseguir me arranhar a veia com a sua voz. Especial. Ponto. Viveu mil vidas. Aproveitou tudo o que tinha de aproveitar. Foi ao céu e voltou outras tantas vezes. Saboreou a vida com todas as suas cores. Resta-me a sua obra, eterna, mágica e inspiradora que prometo transmitir às minhas filhas. Prometo deixá-las sorver casa nota e tirarem as suas próprias conclusões. Sentirem profundamente que David Bowie não se ouve, VIVE-SE. Eu perdi um amigo. Um companheiro. Dói-me o coração tanto, tanto, muito mesmo.

Lazarus é o video clipe onde faz uma vénia aos seus fãs. Diz-nos, "Estou doente, estou a morrer, mas vivi como um rei. Vou liberar-me. Vou para o paraíso onde já não irei mais sofrer." Despediu-se de nós a 7 de Dezembro 2015, e nós nem percebemos. Foste uma obra de arte até ao fim. Que orgulho em gostar tanto de ti.  Até sempre, David. 



Ilustração Alexandre Esgaio


Alô Alô?!




Pois, isto já anda entregue às traças. Consigo sentir o cheiro a mofo e vejo uma família de morcegos a dormir ali a um canto. Está na hora de abrir as janelas e deixar entrar ar fresco e quiçá um pouco de sol, se o tempo assim o permitir (hoje, claramente nestes lados nem por isso). Passou o Natal, e passou muito bem, tranquilos em casa, em família como se quer. Com uma Alice em modo furacão e super simpática como já é habitual nela. Passou o Réveillon, e passou  muito bem. Em apaixonados, eu, o Pai L. e a baby Alice que dormiu praticamente o serão todo. A filhota grande, do alto dos seus 15anos quis ir festejar no bar de uma amiga nossa, e até que correu bem. Entretanto já estamos a 13 de Janeiro. Até dia 11 estava tudo bem. O ano 2016 tinha começado tranquilamente. Os meus projectos profissionais estão definidos, em Fevereiro ataco. Ainda procuro um nome, mas acredito que vai me aparecer algures em sonho, vou perceber que é aquele e mais nenhum. Funciona quase sempre assim. De resto a família está bem. E ainda bem. Tudo estava tranquilo até dia 11 de Janeiro às 7:50 da manhã. Dia esse que ficará marcado na minha memória como um 11 de Setembro emocional. Um dia difícil aqui no lado esquerdo. Um dia que gostava que tivesse acontecido mais tarde, muito mais tarde, tão tarde que poderia nunca ter acontecido, e como eu gostava que assim fosse. Hoje dia 13, ainda estou ressacada. Dormente. Zombie. Penso que é assim que uma pessoa se sente quando perde alguém importante. Um ídolo. Um amigo. Sei lá. Só sei que não ando a caminhar dentro do meu próprio corpo. Como se não existisse chão. Como se fosse tudo um teatrinho e estivesse sentada na plateia à espera do fim da peça, para me levantar, aplaudir orgulhosamente e regressar tudo ao normal. Sim, imagino que é assim que se sente quando se perde um porto de abrigo.