segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Eu é mais bolos.



Desde que me lembro de mim numa cozinha que gostei de fazer bolos. Sim, desde os meus 12-13 anos que tive grande simpatia em fazer doçarias. Mas bolos, ai bolos, bolos sempre foi a minha preferência. 
Fazia bolos para o meu pai (carteiro de profissão) levar para ele e para os colegas dos correios. Naqueles dias de graus negativos e muita neve na nossa Heidiland, dava me a sensação que fazer lhe um bolo era como dar-lhe um conforto extra. Um miminho a meio da manhã gelada. Um bocadinho do calor da nossa casa num rectangulo doce, misturado com o seu café, transportado naqueles termos antigos do campismo. 
Fazia bolos para a minha mãe, especialmente os de canela e maçã, por saber que era o que ela mais gostava (o meu preferido também). Adoçar-lhe o final da noite, partilhar com ela uma chávena de chá em frente a um bom filme ou simplesmente na mesa da cozinha à volta de uma conversa das nossas. Um miminho antes de ir dormir pois o dia a seguir prometia, como sempre. 
Fazia bolos para o meu irmão. Não, o meu irmão não. O meu irmão só comia os meus bolos quando fazia anos. Porque era o bolo de aniversário DELE. No choice portanto. Mas sei que gostava deles apesar de tudo. Comia de bom grado e sem torcer o nariz. Enfim. 
Hoje em dia continuo a fazê-los mas para o meu marido e para as minhas filhas. Não que fiquem como os do Cake Boss (que até nem acho grande piada a isso, confesso) nem nada de parecido, os meus coitadinhos são os típicos caseirinhos mas é sobretudo porque sempre gostei do conforto que se sente numa casa com cheiro a bolo acabado de sair do forno. Nada me dá mais prazer num domingo chuvoso ou num daqueles dias maus que de me enfiar na cozinha, pegar na farinha e nos ovos e inventar um bolo qualquer. Não é por guloseima, porque às vezes como apenas uma fatia e o resto acabo por ver só o miserável cadáver de umas pobres migalhinhas. Mas é como se fosse uma espécie de terapia. Não penso em nada. Estou apenas ali. Concentrada em pôr muito amor naquela massa doce. Para depois vê-la crescer e ganhar aquela cor dourada maravilhosa.  Por isso, com a semana do demo que tive, nada fez mais sentido que disparar um Laranja & Chocolate no sábado à noite enquanto via um documentário do David na Sic com a minha filhota grande (a bebé estava a dormir e o maridão estava a trabalhar). E foi combinação certeira.. Ganhei a força de um leão. O que um bolo não faz... :) 




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