sábado, 6 de agosto de 2016

Anorexia fisiologica; os primeiros sintomas




Desde que a nossa Alice teve uma otite bilateral no mês de Maio que nunca mais comeu em termos. Nas primeiras duas semanas achámos que era pelo facto de ter estado doente. Ela, grande Miss esquisitinha, nunca foi grande garfo, deixámos estar, a um momento dado ela haveria de sentir fome e comer em condições. Mas as semanas foram passando e sem ser umas garfadas de massa ou arroz, qualquer coisa de fruta e iogurtes, a Alice recusava-se a comer. Sopa que sempre comeu tão bem, nada. Até a sua adorada Cac (cerelac) comia a meio gaz. A nossa preocupação começou a crescer. A única coisa que nos deixava (e deixa ainda) relativamente descansados era o facto que a Alice na creche comia bem a sopa.

Há duas semanas fomos passar uns dias a Lisboa, no meu interior pensei que os ares diferentes lhe iriam fazer bem e quiçá lhe abrir o apetite. Enganei-me e muito. Foi um pesadelo. A nossa caracoleta em 9 dias (NOVE DIAS) comeu apenas um pote de fruta, algum pão e bebeu o seu biberão de leite noturno. Quem é Mãe ou lida com crianças, sabe a que ponto isso nos deixa assustadas. Fiz de tudo, várias refeições diferentes no mesmo dia, tudo coisas que ela supostamente gosta. Esparguete bolonhesa, arroz com frango, todas as sopas possíveis e imagináveis, e nada! A minha filha simplesmente deixou de comer!

Após regressarmos ao Norte, pensei que ao chegar a casa no ambiente dela, fosse comer mais alguma coisa, mas nada. Tentei forçar. Voou sopa por todos os lados. Sopa nos olhos, nos cabelos, no nariz. Arroz espalhado na sala toda. A Alice em lágrimas e eu em lágrimas estava.
"Porquê? Porque não comes, meu bebé? Olha tão bom a papinha! A mana pápa! O papá também! Come, minha pequenina. Come por favor, pela mamã, come, minha flor. Peço-te meu amor, come."

As minhas súplicas não surtiram efeito. Pai L. leva-me ao hospital. Pai L. vamos ver o que tem a nossa menina, não aguento mais ver esta bebé sem comer. O meu coração, não está a aguentar mais. Dois meses nisto. O que se passa com a nossa filha? 



(continua)

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