quarta-feira, 23 de março de 2016

A adolescência, essa grande maleita.




Ter 15 anos não é fácil, já todos passámos por isso. É o nosso corpo que muda, a nossa mente que evolui mas que também às vezes não colabora com a nossa vontade. Uns dias acordamos com uma felicidade enorme e outros choramos por tudo e por nada. É um momento de escolhas escolares também, dos amiguinhos, das paixonetas, enfim, ser adolescente não é fácil, nunca foi para ninguém. A nossa Filhota M. é uma boa menina, não temos razão de queixa. Ajuda-nos nas lides domésticas sem resmungar, é uma miúda tranquila na escola. Não nos dá problemas de maior importância, salvo seja quando se trata de estudar. É mandriona e nós já sabemos que temos de apertar com ela, ponto final. Neste momento tem de decidir o rumo para o 10° ano, como já disse algures, Filhota M. adoraria entrar na Escola de Artes, mas infelizmente nem todos conseguem devido à forte demanda. Logo tem de ver outro caminho a seguir. Todos os dias nos pergunta "Acham que poderia ser isto ou aquilo?!", difícil para nós como pais conseguir responder, pois sabemos o quão é complicado o mercado de trabalho. Se por um lado pensamos logo numa área onde tenha mais saída, por motivos óbvios, por outro pensamos na nossa filha, nas aptidões que tem, o que combinaria com ela e a sua forma de estar/ser na vida. 
Ontem perguntou-nos : "Que tal polícia? A Mãe diz que tenho um grande sentido de justiça! ... Estou um bocado perdida, não sei o que quero ser se não tiver a ver com artes." 

Isto reflecte, a meu ver, algo mau. Tão cedo a sociedade pedir-lhes para decidir o que querem ser. Será que não poderiam querer ser em primeiro adolescentes? É tão difícil gerir emoções nesta idade e ainda lhes pedem para "decidir" a profissão que querem. Um rumo de vida. Bolas, às vezes andamos uma vida inteira às escuras, tacteando, à procura de um caminho, de uma luz, quanto mais aos 15 anos! Tentamos da melhor maneira guiá-la neste momento de algumas incertezas, tentando lhe dizer que antes de tudo, que se preocupe em passar de ano e sobretudo em ser feliz. Ser feliz, já é um trabalho em si, já é um rumo de vida mais que suficiente, não é verdade? 



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