domingo, 11 de outubro de 2015

Filhota M. a força tranquila 1/4

A Filhota grande tem 15 anos. É uma miúda calma, sempre foi, apesar de andar agora a levantar cabelo (faz parte não é?), é uma miúda tranquila. Desde pequenina sempre gostou de estar mais no seu canto. Foi uma bebé que andou relativamente cedo (11meses e 2semanas) mas que falou tarde. Era (e é) uma observadora nata. Ás vezes parecia que não estava a prestar atenção a nada e de repente era capaz de repetir bem mais tarde palavra por palavra o que se tinha dito na conversa. A Filhota M. é muito amiga do seu amigo, chegando ás vezes a por-se em alhadas só por causa disso. Tem um sentido de justiça muito agudo. Já me zanguei com ela algumas vezes, mete o nariz onde não é chamada e acaba por criar inimizades. Eu nunca lhe disse, mas gosto desse traço de caracter nela, chamo-a à atenção claro, porque é importante pelos tempos que correm (redes sociais, violência, bulling e etc...) mas preservar-se também o é. A M. é o tipo de miúda que veria bem ser aquela advogada gira e misteriosa que chega à corte e dá cabo daquilo tudo, calando tudo e todos, como nos filmes. Só que não,  desde pequenina que a minha doce índia gosta de desenhar, pintar e criar estórias. Desenha como raramente vi adultos desenharem. Sempre foi motivo de orgulho de quem lhe conhece esse talento. Por onde vamos todos lhe pedem um desenho. Anda sempre na lua a imaginar mil e uma coisas que só passam pela cabeça dos criativos. Se é fácil para nós convivermos com esse lado dela? Poderia ser, pois nesta família todos temos o nosso lado artístico vincado mas... não é. 

Neste momento os estudos deveriam ser a principal preocupação desta nossa filha. Andamos numa roda viva para que não se perca no meio de uma revisão e fuja para um planeta que só ela conhece e detém as chaves. Relembramos-lhe mil vezes que ao fim deste ano tem exames nacionais e que há uma porta grande chamada Soares dos Reis que espera pelo talento dela. Que será o que ambicionou para ela, entrar numa escola de artes, basta um pequeno esforço (sim que esta marota também é muito preguiçosa). Sabemos que é capaz de muito, muito mais e que atrás deste caracter tranquilo, do riacho de água adormecida há remoinhos e águas profundas, e uma determinação á prova de tudo. Ter 15 anos não é fácil. Recordo-me bem dos meus. Sentia-me incompreendida e desajeitada. Não queria que a minha filha se sentisse assim, mas acredito que faz parte do crescimento e que nada posso fazer sem ser deixá-la viver e tentar guiá-la da melhor maneira possível para que o sonho dela se torne um dia realidade. 







2 comentários:

Cristina disse...

Agora que sou mãe (e ainda não tenho a minha nessa idade) compreendo um pouco mais os meus pais e as preocupações que tinham é tiveram é porque nós "chateavam" para estudarmos isto e aquilo e não nos distrairmos com outras coisas (diferentes das que hoje em dia existem mas tb nos faziam distrair).
Não é um trabalho fácil se fosse não teria a mesma piada.. Dá trabalho mas dá ainda mais prazer colher os frutos depois!
Acredito que não seja muito fácil manter uma pessoa com uma cabeça tão criativa na "linha" do que as escolas obrigam mas se é algo que ela também quer as "lutas" que vão haver em casa vão dar em algo.
Estou contigo na luta no que precisares sim? Se bem que desenhos não é comigo mas matemáticas e física estou lá hehehehehe (já não é mau).
Ah e ainda não te começou as dores de cabeça dos namorados...aí é que vão ser elas...Hehehehe

Renata Sofia disse...

Nitinha...
☆☆☆