quinta-feira, 14 de abril de 2016

Das Saudades sem fim...


Nem sempre dizemos tudo o que temos para dizer àqueles que amamos. Será do tempo ou da vida que nos rouba os dias? Talvez... O que é certo é que quando damos por nós estamos com o coração a rebentar por termos esperado demasiado tempo. Porque nenhum momento foi o certo para deitar tudo cá para fora. Acontece que o destino às vezes prega-nos partidas e quando menos esperamos leva-nos pessoas essênciais ao nosso equilibrio sem sequer nos dar tempo para um beijo ou um abraço apertado. 

Hoje tenho tempo, é teu, só teu, exposto aos olhos de todos, num mundo que já não te pretence mas que tem tanto de ti nas árvores, no vento e no infinito sol. 
Hoje farias 90 anos, era o teu dia preferido do ano assim como o dia de Natal, não por receberes prendinhas mas por ser apenas mais uma ocasião feliz de reunir a família que tanto prezavas. Nem imaginas como sinto a tua falta, nem o quanto me lembro de ti em pequenos momentos do meu dia. Continuas em mim, de carne e alma, voz, sorriso e gargalhadas, mãos e cabelo, a pulsar forte e determinado no meu sangue. Ensinaste-me tanto sem eu saber, aprendi tanto de ti. Quase 11 anos após a tua ida dei de caras com o teu colete, provavelmente uma das tuas surpresas, um tesourinho que dormia por entre os meus caixotes de papelão. Reconheço-o como pequenos sopros da tua luz que me recordam o grande previlégio que tive de te conhecer, de conversar contigo tantas e tantas vezes, inventavamos mundos e discutiamos politica e futebol... Momentos preciosos e que hoje recordo com carinho. Tenho tantas saudades tuas meu Avô. 

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